Atenção terciária ou alta complexidade designa o conjunto de terapias e procedimentos de elevada especialização, que empregam tecnologias duras e que são realizados no ambiente hospitalar.
O modelo técnico-científico de atenção à saúde, que privilegia o hospital como ambiente para a prática de cuidados, contribuiu para que a atenção terciária permanecesse no imaginário popular como nível de atenção à saúde de maior importância . Com efeito, é comum ver a mídia em geral destacar novíssimas tecnologias e até mesmo técnicas experimentais como sendo soluções para os problemas de saúde. Liga-se a imagem do hospital bem equipado à de eficiência de sistema de saúde.
Contudo, em termos de saúde pública, há de se ressaltar que a esmagadora maioria das necessidades de saúde da população é satisfeita na atenção primária em saúde, razão pela qual os investimentos nesse nível têm impacto muito maior nos indicadores de saúde, que aqueles feitos na atenção terciária.
Segundo Jorge Solla e Arthur Chioro, a atenção primária em saúde resolve mais de 80% dos problemas de saúde da população, o nível secundário cerca de 15% e o nível terciário aproximadamente 5% dos problemas de saúde (Atenção ambulatorial especializada. In GIOVANELLA, Ligia, et. al. Políticas e Sistemas de Saúde no Brasil. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2009. p. 628).
Obviamente, a disponibilidade de atenção terciária em saúde é imprescindível, sobretudo porque a garantia do direito à saúde no Brasil está permeada pelo princípio da integralidade. O que se quer destacar, entretanto, é que a atenção terciária é necessária para um número restrito de necessidades em saúde, deve ser acessada por meio de outros níveis de atenção e suas tecnologias devem ser empregadas quando existentes evidências científicas de eficácia e segurança para os usuários.
O credenciamento de serviços de atenção terciária ou alta complexidade requer, entre outros cuidados, a verificação de escala suficiente para os atendimentos, uma vez que, não a havendo, tais serviços tendem a ser economicamente inviáveis e também pouco resolutivos, trazendo riscos para a saúde dos usuários. É importante, assim, que se dê ênfase à regionalização dos serviços, de acordo com indicadores demográficos e epidemiológicos, a fim de que a atenção terciária possa servir a uma população referenciada, quando houver necessidade.
Em resumo, uma rede de atenção à saúde que se proponha a dispensar atenção integral aos indivíduos e populações deve assegurar que os usuários tenham acesso aos recursos necessários no tempo certo, no lugar certo, com o custo certo e a qualidade certa, como ressalta Eugênio Vilaça Mendes (Apud BRAGA NETO, Francisco Campos; BARBOSA, Pedro Ribeiro; SANTOS, Isabela Soares. Atenção Hospitalar: evolução e tendências. In GIOVANELLA, Ligia, et. al. Políticas e Sistemas de Saúde no Brasil. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2009. p. 679).
muito bom o trabalho de vcs parabens
ResponderExcluirObrigado. Espero que continue acessando o blog. Esteja à vontade para comentários, sugestões e críticas.
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